Relatos de Alunos do Ensino Fundamental II sobre Conflitos Familiares e Não Familiares como Fator da Indisciplina em Sala de Aula

Relatos de Alunos do Ensino Fundamental II sobre Conflitos Familiares e Não Familiares como Fator da Indisciplina em Sala de Aula

A Revista Acadêmica Online, com prazer, apresenta o trabalho intitulado “Relatos de Alunos do Ensino Fundamental II sobre Conflitos Familiares e Não Familiares como Fator da Indisciplina em Sala de Aula”, lavrado pela autora-pesquisadora: Lucileide Charruff. A acadêmica é Graduada em Educação Física pela Universidade de Tuiti no Estado do Paraná. Pós-Graduada em Educação Física Escolar pela UNOPAR. Professora de Educação Física da Rede Estadual de Ensino do Estado de Rondônia. Mestranda em Ciências da Educação pela UAA – Asunción – Paraguai.

Este estudo foi planejado com o objetivo de identificar os conflitos familiares e não familiares como os fatores determinantes do baixo rendimento escolar e a indisciplina na sala no Ensino Fundamental II; O intuito foi relacionar essas variáveis: conflitos (familiares e não familiares) – variável independente, e rendimento escolar – variável dependente.

Para esse feito, a autora empreende uma abordagem de caráter sociológico-crítico, adotada de forma peculiar e original, propiciando aos alunos do Ensino Fundamental II um espaço adequado de reflexão para que possa comunicar-se, expor suas experiências, situações e dificuldades enfrentadas em seu dia-a-dia, principalmente suas vivências e relacionamentos com suas famílias.

Desse modo, através de relatos de alunos do Ensino Fundamental II – cujo tema, a Professora Educadora, deixava-os à vontade para escolher aquele que lhes parecesse o mais apropriado ao seu contexto (angústias, bullying, suicídio, depressão, solidão e entre outros). Tal recurso permite uma apropriação bem mais precisa e aproximada com o mundo particular desses alunos, permitindo a pesquisador adquirir experiência e conhecimentos valiosos por buscar compreender o sentido e significado - de uma maneira direta, não evasiva (nem intrusiva) de como eles entendem e interpretam suas existências, qual é o sentido do lado deles de se frequentar a escola, e a que anseios e expectativas respondem.

Para fins de ilustrar a valiosa análise da pesquisadora Lucileid Charruff, iremos reproduzir, como amostra, um relato (entre os vários que estão no texto) de um aluno:

Aluno do 8º ano (13 anos) relatou sobre separação dos pais e ansiedade:

“Os meus pais são separados, e eu não fico triste por isso, fiquei triste no começo porque sentia falta do meu pai em casa. Eles brigavam muito, falavam palavrões e até se agrediam e eu chorava muito, tinha medo. Agora já faz dois anos que eles estão separados, minha relação com meu pai é boa, a gente se entende muito, mas minha mãe tá fazendo um inferno na minha vida porque quando estou fazendo minhas tarefas ela fica me azucrinando falando mal do meu pai, que às vezes ele atrasa a pensão porque o pagamento dele atrasa e ela fica falando muitas coisas, que não tem dinheiro pra me sustentar eu e minha irmã, e fica só xingando meu pai. Eu fico nervoso com isso e quando ela chega perto já fico ansioso porque sei que ela vai falar mal dele, e aí atrapalha meus estudos porque não consigo ficar quieto fazendo as tarefas, e fico triste com a minha mãe por causa disso. Não gosto que ela fale mal do meu pai, que ele não tem culpa do pagamento que atrasa” ela nem olha minhas tarefas, só sabe falar mal do meu pai.

“Metodologicamente o artigo tem mérito e destaca-se pela originalidade, por trazer à lume o valor como fonte primária, imediata e legítima de conhecimento, a História-Oral (em forma de Micro-História/relato autobiográfico); e enriquecer-se colocando sob perspectiva teórica a contribuição de autores abalizados da Educação e Família, a exemplo de Seymour (2001, p. 123): ‘os filhos que têm os pais encarcerados podem apresentar diversas emoções, como medo, ira, ansiedade, solidão, tristeza, baixo rendimento escolar. Essas reações são relacionadas a separação dos pais, o preconceito que sofrem, e à vergonha de ter os pais presos’.

Esta forma de pesquisa empresta valor teórico e prático, ao âmbito acadêmico e suas relações com os problemas sociais. Os relatos são acompanhados de reflexões embasadas em diversas camadas de leitura, como teses e artigos específicos sobre Terapias; interpretação de dados estatísticos, de fontes como o IBGE; e exame de Leis específicas, como a nº 12318/2010, que trata de Alienação Parental.” (N.do Editor).

Boa leitura!

Para leitura, na íntegra, em P.D.F, clique no link a seguir:

artcientREG.199122019.pdf (262199)