Jogos, Brincadeiras de Roda : Propulsores da aprendizagem no âmbito Escolar.

Jogos, Brincadeiras de Roda : Propulsores da aprendizagem no âmbito Escolar.

THE GRENDAL COLLEGE AND UNIVERSITY

PROGRAMA DE MESTRADO INTERNACIONAL EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

 

 

SIMONE SANTANA MENEZES

 

 

JOGOS, BRINCADEIRAS DE RODA : Propulsores da aprendizagem no âmbito Escolar.

 

 

Artigo Científico apresentado como requisito parcial do Programa Mestrado Internacional em Ciências da Educação, pela The Grendal College and University.

Orientador: Prof. Ms. Lucival P. Costa

 

SÃO PAULO-SP

2016

___________________________________________Artigo Científico Original do

Curso de Mestrado Internacional em Ciências da Educação.

                                                                                   SIMONE SANTANA MENEZES

 

 

RESUMO

           

Este trabalho de pesquisa tem como objetivo esclarecer a importância do Lúdico como metodologia de ensino, apostando em formas diferentes de trabalhar para se alcançar a qualidade de ensino. Temos como metodologia, a posição descritiva, a qual busca autores renomados e materiais já publicados para análise e produção, seguindo a linha de pensamento de LAKATOS (2007). O trabalho apresentara dados sobre a importância do lúdico, descrevendo jogos, brincadeiras de roda no ensino fundamental. Segundo ALMEIDA E FRATA (2010), a criança relaciona-se com o mundo pelo brincar, que assim constrói este mundo entre si e a si neste processo.

Palavras-Chave: Lúdico, Jogos, Brincadeiras de roda, qualidade de ensino.

 


1. INTRODUÇÃO.

           

O lúdico é a forma mais ampla de aprendizagem na infância, pois ela é o agir natural do processo diário da criança. É através da brincadeira que todo processo de crescimento cognitivo acontece, desde o nascimento, tendo como enfoque o incentivo do desenvolvimento.

 Segundo MALUF, 2003, p. 9:

 

O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve   habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades   básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo.

 

O incentivo das brincadeiras na escola, é a base para romper dificuldades, e levar o conhecimento de forma incentivadora aos alunos.

Todo educador tem como obrigação buscar metodologias novas e estar sempre em constante formação, deixando de lado o paradigma de que o educador é único responsável pelo processo, onde o aluno somente escuta e repete, o ato da criação e desenvolvimento de novas formas de ensino, levando a alegria e a diversão na sala de aula é a forma mais concreta de aprendizagem, onde o aluno sente prazer no que está fazendo e busca cada dia mais aprender.

Este trabalho surge como somatória de aprendizagem, uma busca incondicional de conhecimento para exercer futuramente a profissão com eficiência e qualidade, encaminhando aos alunos do ensino fundamental uma forma diferenciada de aprendizagem, através de uma metodologia inovadora e propulsora de conhecimentos.

 

 

A EDUCAÇÃO E AS BRINCADEIRAS CANTADAS

 

As brincadeiras cantadas permitem a associação (tanto espontânea quanto organizada) de gesto e sonoridade, onde esta possibilidade, reconhecidamente prazerosa no contexto infantil, permite que saberes culturais tradicionais sejam transmitidos a cada geração.

FELINTO, 2000, p.20, explica que: "cantigas e brincadeiras de roda são conhecidas desde o século XVII que vem no decorrer do tempo sofrendo pequenas modificações, conhecidas em todo Brasil, com suas particularidades regionais do país, auxiliando as crianças a conhecer suas próprias raízes.

 

PIMENTEL 2003, p.03, salienta que:

 

As brincadeiras cantadas são bastante antigas, podendo ser uma interpretação infantil das danças circulares sagradas. As crianças cantavam as músicas e o elemento lúdico teria impulsionado a realização de alterações nestas danças, resultando em novas formas de dançar.

 

 

Todo esse processo de aprendizagem das músicas e brincadeiras, incluem a dança, a dramatização, musicalidade, mimicas e jogos, o que representa um conhecimento de grande contribuição à vida de movimento da criança, ao auxiliá-la no desenvolvimento da coordenação sensório-motora. Favorece, portanto, a socialização ao estimula-la à apreciação da música e movimento, preservando as tradições folclóricas e desse modo, também incentivando o civismo; é obrigação do educador levar esse conhecimento aos alunos, pois, todo esse processo faz parte da sua história, (PIMENTEL; 2003).

O principal ato do educar é intermediar o desenvolvimento do ritmo e da expressão, ou seja, o conhecimento das percepções e habilidades necessárias ao corpo, bem como à produção de movimentos correspondentes às vibrações sonoras e aos significados daquilo de que é cantado.

Porém o educador precisa estar atento ao conteúdo da música, refletindo sobre o sentido/significado das letras, especialmente ao lidar com alunos que se encontram numa faixa etária em que é possível fomentar discussões dessa natureza. A esse respeito.

Pimentel (2003, p. 20) salienta:

 

 

Atualmente, mesmo com a invenção de novas músicas infantis, as brincadeiras cantadas são muito comuns entre crianças, especialmente no interior do país. Um aspecto inegável da relação entre o lúdico e a cultura está na constante recriação dessas músicas, que mudam conforme a geração e a localidade. Embora essas atividades mereçam valorização, muitas canções trazem ranços de discriminação sexual, racial ou econômica que precisam ser repensadas quanto ao seu conteúdo.

 

 

PIMENTEL; 2003, p. 45, nos deixa claro que o educador precisa envolver o aluno em todo processo, sentindo que realmente ele está interessado e disposto a participar da mesma, caso isso não ocorra todo o trabalho deixará de surtir o efeito esperado na criança. Portanto toda criação deve ser em conjunto com a criança, fazendo assim as “musiquinhas” se tornarem importantes em suas vidas.

MALUF, 2003, p. 13, ainda nos esclarece que:

 

É difícil alguém dizer que criança não precisa brincar, porém são raros os   adultos que dão a seriedade que esse momento precisa. ”Vale a pena   lembrar que a oportunidade de brincar livremente por si só já traz efeitos   positivos para o desenvolvimento das crianças.

 

Para que o sucesso venha a acontecer, é necessário um planejamento metodológico por parte do educador, inclusive com acompanhamento pedagógico da escola, desenvolver o interesse dos alunos pelas manifestações culturais e pelo reconhecimento dos temas sugeridos e desenvolvidos nas brincadeiras; entendendo aa brincadeira cantada como meio de educação, ludicidade, desenvolvimento rítmico, musical e gestual de contribuição ao mundo de movimento dos indivíduos; Dando a oportunidade aos alunos de conhecer as brincadeiras cantadas diversificadas que foquem tanto o jogo, quanto a dança, a dramatização e a mímica.

 


CONTEXTUALIZANDO A “ BRINCADEIRA”

 

Desde os primórdios as brincadeiras fizeram parte da interação social, uma forma diferenciada de ter acesso a socialização de forma concreta, criando amigos e auxiliando na vida social do ser humano.

Os humanistas desde o renascimento visualizaram os jogos e brincadeiras como forma de repasse de aprendizagem, e uma forma de conservar os costumes e a moralidade.

KISHIMOTTO, 1999, p.36, salienta que:

 

O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos, remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizado e desenvolvimento infantil. Se consideramos que a criança pré-escolar aprende de modo, intuitivo, adquire noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com suas cognições, afetividades, corpo e interação social, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la.

 

As brincadeiras constituem uma atividade valiosa no processo de desenvolvimento da criança, sendo uma atividade simples e que possibilita o equilíbrio entre o mundo interno e externo.

Com o avanço nos estudos sobre as brincadeiras, começou a ser desenvolvida propostas curriculares que auxiliam no desenvolvimento moral e intelectual do aluno. Se tornando metodologias e não somente como “perca de tempo”.

MACHADO apud OLIVEIRA, 2000, P.41, parafraseia:

           

O fato de o jogo se manifestar sempre em uma situação de interação; do envolvimento dos parceiros se dar, necessariamente, por iniciativa dos mesmos da orientação para o prazer, nas atividades realizadas; do esforço necessário, em compartida para superar os desafios surgidos; da presença da regra, mesmo quando expressa como simples repetição de movimento; de descompromisso com os objetivos aparentes do jogo; do caráter. Inédito e imprevisível de seu desenrolar; da associação imaginação/ realismo nas atitudes e ações.

 

O educador tem a obrigação de facilitar o processo no aluno do “gostar” e “querer” vir a escola, através de práticas pedagógicas interessantes e inovadoras, pois para que o aluno seja integrado com a escola, e tenha motivação é preciso utilizar recursos que diversifiquem as práticas pedagógicas, buscando tornar o espaço da sala de aula divertido, propiciando a aprendizagem através da visão lúdica, criando vinculo de aproximação de união com o grupo.

            SANTOS, 2000, P.37, explica:

 

Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo de aprendizagem, suas experiências e descobertas o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes. É nesse contexto que o jogo ganha espaço, como a ferramenta ideal de aprendizagem, na medida que propõe o estimulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.

 

Entende-se ainda que o lúdico na educação, através da metodologia correta propulsiona o aluno a aprendizagem, para atingir níveis mais elaborados do pensamento, desenvolvendo assim conceitualizações e habilidades, não somente para utilizar na escola, mas sim para vida toda, incluindo seu meio social.

Criança gosta de brincar e consegue aprender brincando, porque todo esse processo lhe dá prazer e acaba envolvendo completamente. Através dessa ligação plena entre a brincadeira e o conteúdo o processo de aprendizagem se torna simples e eficiente. Desse modo, também percebemos a união do grupo para a solução de desafios em sala de aula, pois acaba unindo as crianças integralmente, sem preconceitos, que é o melhor modo de aprender.

A partir do lúdico, percebe-se que a possibilidade de fazer antecipações permite organizar as próprias vivências, explorando a realidade, resgatando a atividade, conduzindo assim a nova aprendizagem.

VYGOTSKI, apud LINS, 1984, p.49:

 

     A brincadeira cria na criança uma nova forma de desejo. Ensina-a desejar, relacionando os seus desejos a um ``eu fictício ao seu papel na brincadeira e a suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro serão utilizadas na ação da realidade.

 

As brincadeiras se tornam eficientes em todo processo qualitativo no desenvolvimento, tornando-se presente em todas as etapas da vida da criança, contribuindo como facilitador da educação. Com isso o educador percebe a importância de ensinar através de brincadeiras e jogos, onde o desenvolvimento e a aprendizagem estão relacionados com o seu contexto sociocultural.

 

OS JOGOS

Os jogos se apresentam como meio pedagógico eficiente no processo de desenvolvimento do aluno, não somente como socialização, mas também da percepção cognitiva de todos conteúdos apresentados no decorrer do ano letivo.

Vygotsky 1984, p. 35, explica que:

 

A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.

 

O uso correto deste meio de ensino, é a base para seu sucesso. Somente o educador que possuir o conhecimento apropriado do conteúdo, conseguirá repassar de forma coerente e eficaz aos alunos. Outro detalhe importância, é processo de planejamento da situação para que ocorra como esperado, traçado em seus objetivos primordiais e antecipados.

Nóvoa,1991, p. 34, cita:    

 

Não é possível construir um conhecimento pedagógico para além dos professores, isto é, que ignore as dimensões pessoais e profissionais do trabalho docente. Não   quer dizer, com isso, que o professor seja o único responsável pelo sucesso ou   insucesso do processo educativo. No entanto, é de suma importância sua ação como   pessoa e como profissional.

           

Salientando o autor, entendemos que o educador deve realizar processos de desafios estimuladores para seus educandos, criando o ambiente adequado e dando o suporte para a realização das atividades propostas.

Os educandos encontram através dos jogos, o meio de desenvolvimento de raciocínio lógico e capacidade de raciocínio, produzindo cada dia mais a vontade de participar das atividades propostas pelo educador.

KISHIMOTO, 1998, p.140, nos explica:

 

     Aprender a pensar é o mesmo que aprender a aprender, ou seja, o método por excelência de viver democraticamente, ou, em outras palavras, o método pela participação efetiva na vida comunitária. O jogo ao ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera da familiaridade, segurança emocional e ausência de tensão ou perigo, proporciona condições para aprendizagem das normais sociais em situações de menor risco. A conduta lúdica oferece oportunidades para experimentar comportamentos que, em situações normais, jamais seriam tentados pelo medo de erro ou punição.

 

O processo de interação entre os alunos, produz o processo de indagações, análises e resultados em grupo. Buscando soluções para determinados problemas encontrados durante o processo, possibilitando crescimento cognitivo e social dos mesmos. Segundo PIAGET, 1978, p.29, nos fala: “os jogos de regra são: a atividade lúdica do ser socializado”.

Parafraseando ainda PIAGET, os jogos são as uma forma eficiente para memorização e assimilação da moralidade social e seu cumprimento. É no âmbito escolar que criança principalmente aprende sobre as regras sociais, estabelecendo assim condutas, proporcionando uma socialização correta, tornando assim o ambiente escolar e social da criança favorável para convivência humana.

METODOLOGIA

Elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado em artigos e livros. (MINAYO,2007; LAKATO Setal,1986).

A pesquisa é uma atividade reflexiva e investigativa, a qual nos proporciona um conhecimento sobre o desconhecido. “A pesquisa adequadamente aplicável a educação é a que desenvolve teoria que pode ser comprovada pelos professores [...]” (DICKEL, 1998, p.50). É através da pesquisa que o professor terá uma ação pedagógica diferenciada, utilizando o princípio educativo da ação-reflexão-ação, relacionando a teoria e a prática se conscientizando da realidade em que está inserido.

 

CONCLUSÃO

 

Este trabalho de conclusão de curso, trouxe ao pesquisador uma nova visão sobre a profissão escolhida.  O crescimento do profissional foi alvo das pesquisas bibliográficas.

Os jogos e brincadeiras cantadas surgem como nova visão metodológica dentro do âmbito escolar, propulsionando a aprendizagem de forma prazerosa para educadores e educandos, surtindo efeito não somente no aspecto cognitivo, mas também no aspecto social.

O aluno que possui a chance de trabalhar de forma lúdica, cresce socialmente, pois aprende regras, o jogo vem para ensinar também a convivência e o trabalho em equipe.

O trabalho das músicas em brincadeiras de rodas, repassam informações e costumes antigos de seus antepassados, criando uma ligação entre o velho e novo, porem com mesmo intuito de estabelecer regras sociais, as quais unem escola e sociedade, num repasse e troca de informações valiosas para o caráter do aluno que está em pleno desenvolvimento.

Antunes 1998, p. 37, nos deixa claro que

Jamais pense em usar os jogos pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso   planejamento, marcado por etapas muito nítidas e que efetivamente acompanhem o   progresso dos alunos, e jamais avalie qualidade de professor pela quantidade de   jogos que emprega, e sim pela qualidade dos jogos que se preocupou em pesquisar e   selecionar

Enquanto pesquisa profissional, também percebemos a importância do educador e sua real vontade de ensinar, pois os jogos e brincadeiras não podem ser usados simplesmente para “ganhar tempo” ou ainda “descansar”, ele deve ser levado a sério, pois é uma proposta metodológica, a qual se não for elaborada eficientemente resultará em perca na educação. Os profissionais precisam estar preparados para aplicar tal atividade, sendo conhecedores do conteúdo, pois se o educando sentir que não há firmeza no repasse, se sentirá perdido e sem entender a necessidade do que se está repassando.

 

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis: Vozes, 1998.

DICKEL, Adriana. Que sentido há em se falar em professor-pesquisador no contexto atual? Contribuições para o debate. In: GERALD, Corinta M. G.; FIORENTINI, Dário; PEREIRA, Elizabete M. A. (Orgs.) Cartografia do trabalho docente: professor (a) – pesquisador (a). Campinas: Mercado das Letras, 1998.

FELINTO, Marilene. Do que você gosta de brincar? Folha de São Paulo. 500 Brincadeiras. São Paulo, 16 abril, 2000.

KISHIMOTO , Tizuko M. O Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1998.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1991.

MALUF, Angela Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. Petrópolis, Rj:  Vozes, 2003.

NÓVOA, Antonio. A formação em foco: caminhos para você ensinar melhor. São

Paulo: Cortez 1991.

PIAGET, J. A Formação do Símbolo na Criança: imitação, jogo e sonho. Rio de Janeiro : Zanar, 1978.

PIMENTEL, Giuliano. Lazer: fundamentos, estratégias e atuação profissional. Jundiaí: Fontoura, 2003.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.